Quem disse que falar uma língua faz as pessoas mais patriotas? Num mundo tão globalizado como o de hoje as pessoas gostam de falar mais de um idioma, conhecer outras culturas e isso enriquece a nossa. Nem todo mundo que fala inglês quer se inglês ou americano. Só que saber é com certeza é um grande passo para conseguirem se entender com os outros. Uma língua no mundo tem que ser mais conhecida, mais “universal” e por acaso foi o inglês.

É a maneira mais fácil de tentarmos conhecer pessoas do mundo inteiro, várias pessoas de todas as partes do mundo falam inglês. Outras várias no mundo falam espanhol, francês. Conseguimos encontrar em um único hostel (albergue) em Buenos Aires pessoas que falam português, alemão, espanhol, inglês, hebraico… Mas se todos esses falarem inglês, conhecemos um pouco de cada cultura do mundo inteiro. E o mundo, meus caros, é um só e é nosso.

Nunca nos prejudicamos em dizer sem exageros alguma palavra estrangeira, só enriquece o texto, deixando com outra aparência. Uma vez escrevi “affaires” no sentido de “casos amorosos”, mas se eu escrevesse em português, poderia soar um pouco vulgar pela cultura brasileira e as pessoas podiam me interpretar mal. Confesso que não é todo mundo que entende todas essas palavras, mas não há empecilho algum em explicar, depois que ela aprende o que é, passa a ser como uma palavra nova de nossa língua.

Lembro de quando aprendi o que era esporadicamente, achei o máximo não precisar dizer de vez em quando sempre que precisava dizer isso. E a mesma coisa acontece com palavras estrangeiras. Você sente um frisson ou um prazer intenso, um frio na barriga, um tumulto interno? Frisson é a palavra que julgo mais adequada e concisa ao me referir a um sentimento meio sem explicação, normalmente, ao estar apaixonada.

Tudo tem muito a ver com para quem você está falando, para quem você escreve e o que quer dizer com tudo isso. Há palavras gringas que já se encaixam em nosso vocabulário e sem elas nossa fala fica um pouco estranha. Dizer que vai ao comércio ao invés do shopping? Muito estranho. Até mesmo para pessoas mais simples e que não entendem a maioria das palavras estrangeiras. Como um show, por exemplo. Se alguém mais simples é convidado para ir a um concerto musical pode muito bem pensar: “Ir a um concerto? Não tenho roupa pra ir nesse trem, não!” Diga logo que é um show é vão logo.

Como dizia meu professor do colegial (Salve, salve Claudio): “não há certo e errado, há adequado e inadequado”. Ser brasileiro não seria misturar tudo e fazer uma geléia geral? Pegar tudo o que o mundo oferece e fazer nossa própria cultura! Podíamos gastar mais energia e tempo criticando o “pra mim fazer” e o “seje” e o “menas” do que criticar quem não se basta ao se expressar usando apenas o nosso dicionário. Não há problema nenhum em usar tudo o que temos direito, exceto se for feio e não soar bem e é claro, tomar cuidado para não exagerar no vocabulário estrangeiro.