Foto: Gabriela Pagliuca
Sexta feira fui à Galeria do Rock com minha melhor amiga retocar a minha tatuagem e de repente eu pergunto: "Cadê os "EMOS" que você disse que estariam aqui de sexta feira?" Pééé, errado! Eu quase me joguei da escada rolante nesse momento! Por que logo eu, que não acredito (ou acreditava) em rótulos estava perguntando sobre aqueles tais emos?! Sinceramente, minha amiga, se fosse nela colocada um rótulo, ela seria emo, mas, desde sempre, ela manda você a @#$%* quando você diz isso, então prefiro simplesmente dizer que ela tem um estilo próprio.


Estilo próprio é o rótulo que todos esperam receber, ninguém gosta de ser mais uma "patricinha" no grupo, ou mais uma gótica, por que afinal de contas, não somos todos diferentes dos outros?


      Eu gostei e vou adotar a teoria de organizar as pessoas em grupo para não causar uma pane na nossa mente, e também, para que podemos ser reconhecidos pelas pessoas com quem nos identificamos mais rápido, não podemos julgar as pessoas pelo tipo de roupa que ela usa, mas podemos ter uma idéia bem clara do tipo de vida que ela leva.


Julgando uma pessoa que se veste toda de preto, com maquiagens muito fortes em plena luz do dia, ouvindo seu Ipod, ou em outros casos seus radinhos de R$ 1,99. Eu diria que ela é anti-social, que não gosta de dar risadas, que ouve músicas tristes, não ta nem aí com o que os outros falam e por aí vai, mas depois que a conhece, descobre que o único problema dela usar roupas pretas é por que ela não gosta do capitalismo e usa preto em forma de protesto, sua maquiagem é por que ela não se acha bonita e tenta se esconder e mais: ela não é anti-social, ela só é tímida e com seus amigos ela adora contar piada e rir, mas se ela realmente não se importa com o que os outros falam de suas roupas por que se por acaso se importasse, não usaria, encontraria outra maneira de se expressar. Eu aposto que a maior patricinha do mundo está perdendo MUITO em não conversar com essa menina ou no fim da vida vai pagar muito caro por todos os dias fazer alguma maldade com ela!


E quando se tratam dos nerds? Ó, pobre dos nerds! Sempre com seus livros embaixo do braço, seus óculos fundo de garrafa, suas calças altas ou sempre aparecendo o cofrinho, "COITADOS DOS NERDS"... Já em minha opinião os nerds têm muita sorte por conseguirem ser felizes desse jeito (se eles forem felizes, é claro!). Calma, calma, não estou defendendo o rótulo que colocam nos nerds, de nerds! Eles têm sorte por que sempre que as pessoas se aproximam dele, não é por causa de sua beleza (no caso, talvez, o sexo oposto), não por terem medo de suas piadas infames, não é por nenhum motivo, é simplesmente por ser o "nerd mais legal / fofo / engraçado de todos", isso quando não acontece das pessoas se aproximarem deles por causa de sua inteligência, mas nem todos os nerds são inteligentíssimos, deixando bem claro (pois outro rótulo dentro dos nerds: inteligente, então na primeira nota vermelha todo mundo acha estranho!)


É por isso, exatamente por isso, que eu, particularmente, sou eclética - e deixo bem claro isso -, por assim as pessoas não se aproximam de mim por culpa de um rótulo, por eu ser ou não parecidas com elas, as pessoas se aproximam de mim por causa de mim, simplesmente. Outro dia, na escola que eu comecei faz 20 dias, uma menina disse: "Ah, o Fulano me disse que você tem um grupo de pagode, é verdade?" Eu olhei com uma cara de dúvida, não sabia do que ela tava falando, mas ela logo fez uma cara de brincadeira e disse: "Não, brincadeira, tô só tirando, você é toda do rock, não é?!" Então eu lancei um "Quem? Eu? Do rock?!” e ela foi embora, sem ter chance de perceber que eu gosto até posso gostar de pagode, de Black (ah, não muito), pop, pop-rock, eletrônica, mas será que só pelas minhas roupas já deu pra perceber que eu também gosto de rock?!


Nunca gostei de rótulo, mas pensando bem, assim, LÁ NO FUNDO, rótulos fazem parte de nossas vidas e são muito importantes para nós, se nós não fossemos rotulados, movidos para um grupo diferente dos outros, nunca encontraríamos o nosso, por que pensa bem, se não existem grupos, em qual estaremos? Mas uma frase clichê, que eu odeio quando falam pra mim: "Você é diferente!" – sim, sou diferente como todas as outras 6,62 bilhões de pessoas, isso me torna IGUAL A TODOS – isso me deixa realmente entristecida, mas eu sei que ser igual a todos é ser diferente, e ser diferente é ser igual, mas isso me deixa um pouco confusa e tenho certeza que confunde vocês, então é melhor eu pensar que eu sou especial e que eu tenho muitas qualidades e defeitos (como todos! AI MEU DEUS!) mas que não existe ninguém como eu.


Para o mundo melhorar, em relação a rótulos, só temos que fazer uma campanha contra os rótulos equivocados, e não deixar a primeira impressão ficar, e mesmo eu até gostando de pagode, pelo menos em uma coisa boa de eu ter tido rótulo de roqueira tem, sabe, ninguém da minha escola vai me arrastar pra um pagode fundo de quintal tão cedo!