Quando a gente assiste a uma peça de teatro muitas vezes passa pela nossa cabeça como é o outro lado, como foi a preparação, como os atores se sentem, não é? Eu fiquei pensando nisso e conversei com alguns estudantes de teatro, em São Paulo, na véspera da estreia da primeira montagem de suas carreiras.
O nervosismo era nítido em todos os rostos, além de ser a estreia da peça, era a primeira vez que apresentavam um espetáculo para a maioria dali. Ouviam-se desabafos da noite sem dormir ou mal dormida por causa de pesadelos, por exemplo, mas tirando isso, os comentários eram positivos e confiantes. Eles trabalharam o semestre inteiro e conseguiram aplausos de pé – e realmente merecidos.
O nervosismo era nítido em todos os rostos, além de ser a estreia da peça, era a primeira vez que apresentavam um espetáculo para a maioria dali. Ouviam-se desabafos da noite sem dormir ou mal dormida por causa de pesadelos, por exemplo, mas tirando isso, os comentários eram positivos e confiantes. Eles trabalharam o semestre inteiro e conseguiram aplausos de pé – e realmente merecidos.
O maior desafio para a estudante Kuthy Aguiar, 35, era entrar no personagem e conseguir manter a calma na hora da apresentação. Uma opinião não muito diferente de seu colega Fernando Moraes, 15: “ter concentração suficiente, na hora que dá um nervoso, para vivenciar o personagem“, em compensação, para ele, no momento vem a emoção e tudo sai com naturalidade, sem pensar.
O ambiente é de amizade, e cooperação – gostaria que servisse de exemplo para o resto do mundo - tanto que para Kuthy a parte mais fácil do processo é a convivência com as pessoas.
De acordo com os estudantes, não houve muito tempo de ensaio e a principal preparação foi a de cada personagem. É necessário conhecer, cada um, o passado, a idade, como pensava, como agia e a época que vivia o personagem que interpreta. Só depois que cada um se colocou no lugar do seu, os ensaios começaram pra valer.
Para Fernando, o que deu mais trabalho entre cenário, luz, som, figurino foi o cenário porque não era algo individual: “tem que juntar todo mundo e decidir, e não adianta colocar nada ali por colocar, tem que haver um sentido para aquilo estar ali”, ele diz.
É um trabalho duro, o medo vem com uma facilidade tremenda, mas vai embora da mesma maneira. Ao ver a euforia e o brilho nos olhos dos atores na hora de receber os aplausos se consegue apenas ter uma ideia de como estão sentindo. A alegria com que saem do palco é de uma missão cumprida – e muito bem realizada.
Se você quer ser ator, Fernando dá as dicas: “procure uma escola de teatro e... Foco! Se você quer ser ator você tem que focar nisso. Não se importe com o que os outros vão falar e com o que sua família vai pensar. Tem que ir atrás de seus sonhos”.