Somos todos o povo? O povo que reclama, fala mal dos outros e do sistema o tempo todo. O povo que se faz de vítima, põe a culpa sempre nos outros. O povo que ridiculariza o outro porque não aceita a individualidade e muitas vezes desrespeita o estilo de vida que o diferente escolheu pra viver. O povo que não aprende com o que o próximo quer passar de experiência, quer sempre impor sua verdade. O povo que ignora que o outro existe. O povo que se acha sempre tão educado e correto, sem muitas vezes perceber que a energia que recebe é a mesma que emana. O povo que ignora seus direitos e deveres como cidadão. O povo que sabe que algo está errado, mas nunca tem tempo para entender o problema. O povo que pede licença, mas nunca dá. O povo que reclama sobre a mediocridade alheia, mas não se preocupa com a sua. O povo que percebe como todos têm defeitos, mas nunca aceita uma crítica. O povo, de verdade, é mais robô do que cidadão; mais escravo do que crítico; mais conformado do que feliz. O povo, mesmo, é mais fruto de uma falta de vontade de viver civilizado do que refém do sistema.
Respondendo à pergunta inicial: não, não somos todos os povo. Eu, pelo menos, me considero única.