Os representantes de cada país estão em Copenhague, na 15ª Conferência das Partes (Conference of Parts, CoP15) tentando negociar um acordo global para o clima. Esperamos um documento com metas, medidas e ações ambientais determinadas.
Seria muito fácil se todos decidissem diminuir as emissões de carbono, mas a coisa fica difícil quando isso afeta o bolso de todo o mundo - literalmente. Todo mundo quer ver o mundo melhor, desde que sua fartura, seu luxo, suas viagens e seu desperdício não seja prejudicado, aí eles assinam. E outra coisa: ajudar o próximo, os mais necessitados, os mais pobres? Eles devem pensar: “O que EU ganho com isso?” Um absurdo, na minha opinião.
E para dar um empurraozinho – ou zão – na decisão desses representantes mundiais vários focos de protestos foram detectados. Na Av. Paulista, dia 11 e 12 de dezembro, eu estive lá. E não sei porque, mas estou a sensação de ter funcionado. Brincadeira, é claro que eu sei porque!
Sexta foi um pouco frustrante na verdade. Quando meu irmão e eu chegamos, já havia lá a Cleo, ela estava com um cartaz e vestiu uma fantasia da mãe Natureza, muito legal! Depois meu irmão conversou com um rapaz que gostou da ideia de ficar segurando uns cartazes. Éramos quatro. Depois chegou a Bia e o Daniel. Depois minha irmã e meu cunhado chegaram. Mas nisso um já tinha ido embora, outro também e foi assim. Mas fizemos um estraguinho, com certeza. Os pedestres paravam para ler e o pessoal nos carros tentavam. O legal disso é que o pessoal parou pra pensar sobre o assunto, já foi alguma coisa.
Sábado foi perfeito. Logo que eu e meu irmão chegamos já tinha bem mais gente lá, montando as caixas pra montarmos o ‘muro de recados’. Legal. Fomos montando, primeiro não deixamos encostado e ficou caindo por causa do vento, depois encostamos na grade do Parque Trianon. E as pessoas chegavam pra deixar seu recado, mesmo. Aquele muro virou point.
Mas ainda não era suficiente, nem todo mundo olhava e percebia do que se tratava. Resolvemos desviar o caminho dos pedestres e fazê-los passar pela parte de dentro da rua, perto do muro. Deu certo! As pessoas desviavam por muito motivos: para não ficarem constrangidos, para pararmos de gritar, por curiosidade ou porque não fazia diferença mesmo.
E quer saber o que foi engraçado nisso? Quem passava por nós, falávamos: você vai cair no buraco... da camada de ozônio. E mais de uma vez eu disse: não adianta ser bonitinho, tem que ser consciente e quando eu fui ver uma caixa estava escrito exatamente isso! Uau. Fiquei feliz.
O muro bombou de recados, cara! Juro. Vira-e-mexe nossa equipe desviando o trânsito era desfeita para virarmos as caixas para os lados em “branco” porque muito gente – mesmo – estava assinando. Aquilo me arrepiou. Foi lindo de ver. Lindo. A maioria das caixas foram preenchidas nos quatro lados. Todos cooperando e fazendo sua parte para o mundo melhorar.
Às 19h teve a vigília. Acendemos as velas que tínhamos, protegendo para não apagá-las com as caixas. Foi lindo. Nos juntamos e fizemos a homenagem.
Todos nós estávamos emocionados e satisfeitos. Valeu a pena. O evento deu super certo mesmo que umas pessoas estivessem desconfiadas, com medo e outras que – ainda não entendi porque – diziam coisas do tipo ‘quero que o mundo se exploda’ ‘vai dar errado’ ‘não adianta nada o que vocês estão falando’ ‘não tenho nada a ver com isso’ e umas que diziam: ‘não quero comprar nada’ haha...
O mundo é de todos, gente! Não é só meu, não é só seu, é de todos. E de nossos – talvez futuros – filhos. Que mundo vocês querem deixar pra eles? E qualquer manifestação, luta e ação é alguma coisa, é a nossa parte.
Obrigada a todos que ajudaram de alguma maneira. Obrigada às ONGs, aos voluntários, aos fotógrafos e mídia e às pessoas que passavam por ali e investiram um tempo para se conscientizar.
Links para saber mais sobre a CoP15
Cuidado com opiniões de pessoas e empresas, elas podem ser enganosas e não ser a SUA. Lembre-se de pegar as informações e formar seu próprio ponto de vista!