Quando o governo alemão começou a matar os judeus, a imprensa americana não noticiava como uma história importante e de interesse público. De acordo com o documentário Holocaust: The Untold Story (eu assisti no Newseum), as mortes eram noticiadas em pequenas notas nas páginas de dentro dos jornais. Quando já era tarde demais, os jornais importantes começaram a fazer desse assunto, primeira página. Motivo? Interesses pessoais.
O que aconteceria se colocassem assim que soubessem nas primeiras páginas de seus New York Times e Washigton Post? Moveriam a opinião pública e poderiam ter conscientizado os cidadãos que algo não ia bem? Isso poderia mudar a política do governo? Poderiam ter evitado mortes e tanto sofrimento? Poderiam ter mudado o rumo da história mundial?
Se você pensa que está muito longe da nossa realidade e que isso não vai se repetir porque foi há muito tempo e que hoje a comunicação e a tecnologia fazem as informações serem mais certas e que não dá para esconder nada... Está enganado. Por exemplo, durante 12 anos a rede CNN monopolizou as imagens da Guerra do Golfo e o mesmo aconteceu na guerra do Iraque (isso se não está acontecendo também nesse momento, o que não duvido). As guerras, para os americanos, são como seu governo quer que seja. Muita glória, poucos soldados mortos e nenhum civil afetado. E a realidade não é essa. Isso porque estamos falando de uma guerra! Imagine qualquer outro assunto que quiser, a facilidade que um canal de televisão tem para esconder um escândalo, por exemplo.
Saber disso tudo te faz sentir uma vítima? ( ) sim ( ) não ? Se não, ótimo. Se sim, não deveria. Admito que a mídia tem sua parcela - alta - de culpa sim. Mas nós espectadores também. Nós somos os consumidores dessas informações e deveríamos escolhê-las bem, mas não fazemos isso. É muito mais fácil quando consumimos só o que nos oferecem, sem que seja feito um esforço para refletir ou buscar mais além do nosso jornal preferido. Então, considero o consumidor como cúmplice da manipulação da mídia. Se ninguém deixasse ela nos manipular, isso não aconteceria.
Ok, nem todos têm instrução para saber disso, então o que fazer? Nós, que somos conscientes e buscando algo mais (atualizado 10-11-15), deveríamos começar a mudar um pouco. Se informar com mais de uma linha editorial (o que é isso?), duvidar de tudo o que dizem, ter sua própria linha de pensamento lógica e não fazer da opinião de um jornal, revista, político ou qualquer um, o seu ponto de vista.
Cúmplices sim, vítimas não. Você pode escolher. Não podemos fazer a mídia ser totalmente imparcial e independente, mas podemos nos adaptar a ela. Como países democráticos, de certa maneira, é bom ter dois jornais concorrentes falando do mesmo assunto sob pontos de vistas distintos. Assim podemos compará-los e decidirmos, por nós mesmos, o que é certo e o que não é. O que é verdade e o que não é. Já que a parcialidade existe, ainda bem que há vários de vários pontos de vista. Imagina se tivéssemos apenas um jornal com só um ponto de vista, o do governo, por exemplo?
Ficar parado, de braços cruzados, pensando na novelinha de hoje à noite e quem vai entrar no próximo BBB não é a melhor maneira de fazer o mundo andar pra frente. E se você realmente pensa isso importante e que você já faz sua parte, acho que se chegou até aqui é porque sabe que pode fazer melhor! Então FAÇA!!!Nesse blog há artigos relacionados com essa linha de pensamento. Se ficou interessado, vai descendo e olhando para ver o que te interessa.
Como exercício, analize essa capa de um site de notícias, com o público alvo de homossexuais: