Em aviso na parede, a casa anuncia que é contra opressão, Me senti segura, era só avisar que expulsariam o vacilão. Não me julgue por na hora não denunciar, Achei que com minha arte poderia algo a mais ensinar.

No clima da noite, a atração física facilmente transparece, Mas sem empatia, o lado sombrio rapidamente aparece. Ele chegou em mim com um papo interessante, Mas logo a conversa ficou bem maçante.

Como um ser de luz ele se apresentou, Tinha algo a ensinar, mas logo me indignou: Ignorava minhas ideias e, mesmo pedindo a fala, me cortava, Só queria vomitar sua sabedoria e não me observava.

Pedi para me olhar com mais atenção por um instante, Disse que já tinha feito isso e que me achava deslumbrante. Mas percebi pra onde aquilo tudo iria Quando disse que gostou da minha calça, sendo era uma saia que eu vestia (???!!!!!) Que saco, que fora, tava dando minha hora!

Ele não verificava meu nível de conhecimento no assunto, Pois já partia do princípio que era melhor que todo mundo. Foi ficando mais chato porque repetia as mesmas lições, Sendo que era fácil alcançar, tínhamos semelhantes visões. Eu entenderia seja lá o que ele falasse, Eu até esperava que ele se aprofundasse. Mas não, repetia sem perceber que aquilo eu já sabia Acho que foi aí o começo da grande ironia. Um ser de luz que não vê sua própria arrogância Apenas porque parece que já superou alguns medos e sua ganância. E, sabemos, suas trevas admite qualquer buscador Mesmo sendo resiliente e resistente a qualquer tipo de dor Tudo bem, por vezes os defeitos ainda não estão manifestados Mas basta na relação com o outro reparar os nós atados.

Com ele, fui sincera, disse que de arrogância estou de boa, Me amo demais pra deixar cair minha energia a toa. Ele se defendeu dizendo que era assim porque sabia bastante E que ensinar pra ele era algo constante. Desconsiderou, porém, que na vida ainda tem muito a aprender, E que com o outro todo dia pode se surpreender.

Para ensinar, ele disse, escolheu ser professor, Mas com sua atitude não passou, pra mim, de um opressor. Seu machismo em brincadeiras se escondia, Chegou a me mandar calar a boca, e por dentro eu explodia. Eu repetia com calma que todos têm algo pra aprender e ensinar, E que era essencial ele saber comigo conversar. É preciso respeitar a todos, sem restrições, Ser um exemplo de humildade seria a maior das lições. Que pena! A certeza que ele não erra falou mais alto, A falta de empatia me tomou de assalto.

Me senti mal, mas se tivesse apenas denunciado, imagino, ele teria me chamado de louca e nada teria aprendido. No auge de sua arrogância, só via em mim sua projeção Talvez imaturo, como uma forma de proteção. Mas isso não exclui o fato que me senti oprimida Diante de toda aquela sua verdade assumida, Como mestre, ele achou que eu não teria o que ensinar, Incapaz de perceber que eu também poderia somar. Fica a lição: por mais que tenhamos aprendido, Sempre há algo mais a ser compreendido.

Rapidamente daquela energia densa consegui me afastar, Mas não posso ignorar que nem todas esse passo conseguem dar.

A prepotência é uma sombra do ego a se trabalhar, E quando se direciona a uma mulher, é preciso com cuidado analisar: Por muitos séculos, o homem aprendeu que tinha mais direitos, Que era normal saber mais do que alguém com peitos. Mas já era, já passou, a luz já está acesa. Não que eu queira ser tratada como uma princesa, mas concluo que foi machismo e arrogância ao mesmo tempo E vim aqui apenas denunciar esse pequeno contratempo. É importante vigiar nossas atitudes, Saber amar o outro é a maior das virtudes, O machismo é uma sombra da sociedade, E é preciso tratar esse assunto com profundidade.

Todos somos mestres e aprendizes, Assim vivemos relacionamentos felizes. Quem se coloca no papel de apenas professor, talvez seja mesmo só mais um opressor.

 

 

 

Obrigada.