Parte 1: literária:


“Bom dia amigos e amigas, obrigada por terem votado em mim como personalidade do ano. Eu gostaria de começar meu discurso aproveitando a ocasião para fazer uma declaração que ainda não fiz oficialmente, mas que todos vocês sabem. Vou falar um pouco da minha sexualidade. Porque vocês estão se levantando? Não, por favor, não saiam. É apenas um instante.  Valeu! Nem sempre soube da minha condição! As vezes me perguntam qual é minha opção sexual, mas não é bem opção porque eu nasci assim, não escolhi, não optei. Bem cedo descobri que eu era uma pessoa especial, não sabia porque, mas sabia que alguma coisa de especial eu tinha. Eu sempre fui uma criança diferente, me machucava no futebol quando jogava com meu irmão e amigos, muitas vezes me machucavam de propósito só para se divertirem comigo. Foi quando entendi que preferia brincar no parque com minha solidão, dentro de uma casinha de bonecas que as meninas me tiravam para poder brincar entre elas. Eu me convidava para me juntar a elas, mas o pedido era sempre rejeitado: “não gostamos de você”. Não era ruim essa solidão, eu costumava refletir muito nessa hora, foi meus primeiros sinais que eu escreveria quando crescesse. Lá pelos meus 12 anos, sem entender porque, comecei a me interessar por meninos, mas não contei pra ninguém. Eu tinha muita vergonha. Eu me aproximava de quem eu me interessava e eles acabavam virando meus amigos, grandes amigos. Depois descobria que eles não se interessavam por mim, sempre me considerei uma pessoa feia e desengonçada. Ficava o tempo todo com as meninas para disfarçar qualquer sentimento por meninos, ainda tinha pouca idade para saber o que eu realmente queria. Com os mesmos doze anos dei meu primeiro beijo: um menino de 14 anos que me pediu segredo, não entendi porque, agora já entendo melhor. Só consegui dizer abertamente pra minha mãe, mas morrendo de vergonha, quando eu tinha mais de 14 anos e conheci um cara legal que achei que íamos ficar juntos. Não deu certo. Minha adolescência toda passei tranquilamente me apaixonando e desapaixonando por meninos de mais diferentes espécies. Algumas vezes eu dizia, me iludia e me rejeitavam. Desisti de tentar me declarar. Todos os meninos que eu gostava, quando eu dizia, praticamente riam de mim. Mas foi com 19 anos eu namorei um cara por um ano. Depois outro por 2 meses. Eu estou dizendo isso para passar um pouco da minha experiência, para que as pessoas não tenham preconceitos contra quem sou eu. Porque não é minha opção ser como eu sou, gostar de quem eu gosto. Algumas vezes, na adolescência ficava pensando porque só eu não encontrava alguém legal pra namorar. Será que eu era realmente diferente? Descobri que não adianta eu lutar contra isso. Mesmo que na minha cabeça vive passando a ideia que as mulheres sejam mais fáceis de lidar e que eu gostaria de ser atraída por elas para descomplicar um pouco minha vida, eu me dei conta que eu realmente gosto de homem. Da mesma maneira que você gosta de mulher e você (um outro você) gosta de homem. Eu gosto de homem, ué. Admito e hoje sou uma mulher muito feliz com isso e declaro que: amigos e amigas, eu sou heterossexual."



Primeiro: abra um bloco de notas e faça um comentário sobre esse discurso que acabou de ler. O que você achou? O que sentiu? Escreva aí no bloco de notas.

–> copie e cole ali na parte do comentário hehe


Segundo: esse texto não tem nenhum pingo ou traço de preconceito, se você viu preconceito é porque não entendeu direito.


Parte 2: informativa:


A homossexualidade bate diariamente na minha porta seja porque amigos - homens e mulheres - vêm me falar sobre seus casos ou porque o Rick Martin saiu do armário. É por isso que eu resolvi escrever sobre esse tema.

Pensem na sensação que vocês têm quando miram um casal homossexual juntos. Pensem com sinceridade.

Em março fiz uma pesquisa sobre esse assunto, olhem o resultado:


Você tem preconceito contra homossexuais? (total de votos: 183)

Sim: 15 votos (8%)

Não: 148 (80%)

As vezes: 20 (10%)

Se todos votaram com sinceridade, eu fico muito feliz com o resultado!


Preconceito é algo normal. De acordo com estudos, tudo o que é um pouco diferente de nós, estranhamos. E como disse um professor de antropologia, todos têm um pouco de preconceito, o que não pode existir é o preconceito que prejudica o outro. Mas, até mesmo se você for uma pessoa boa pode ter preconceito contra homossexuais. Cara, até se você for homossexual, pode ter preconceito. Mero problema histórico-cultural-social.


Eu sou a favor do amor e de que cada um cuide da sua vida. É isso que eu venho propor. Uma pessoa tem direito de fazer o que quer da vida dela. O fato de ela ser gay não interfere no seu caráter, humildade e nem diminui o tamanho do amor pelo próximo. Mesmo se você for dos que tem o preconceito do tipo não-maléfico, poderia tentar mudar, para você mesmo tentar elevar seu próprio espírito.


Um amigo, o Luis Soarez - pra quem esse texto é dedicado,  inclusive - me mostrou um documentário com uma frase mais ou menos assim: “como eu sei que eu sou homossexual? Da mesma maneira que você sabe que é hétero” (o que tem a ver com o discurso do começo).


Como eu, mulher, sei que eu sou atraída por homem? Não sei, simplesmente sou. E um gay, como sabe? Da mesma maneira, não sabe. Isso explica, ainda que de maneira simples, porque homossexualidade não é opção.


Não acha normal dois homens se amarem?  O que é normal? Você é normal? Só porque as pessoas são diferentes de você, não significa que não sejam normais. Devemos parar de pensar que nós somos normais e os outros não são para quem sabe, vivermos melhor.

Todo preconceito que existe - de qualquer espécie - não é porque algo não é normal, é porque alguém (?) disse isso, alguém (?) impôs isso. E você quer ser como essas pessoas hipócritas que criticam a homossexualidade e outros costumes ou maneiras de viver, mas que também têm suas esquisitices? Quem ou o que é normal? Qualquer coisa que você estiver pensando em responder, eu discordo 😄 (que coisa estranha!)


O que a gente devia gostar de ver é o amor. Qualquer amor, porque é ele que vai mudar o mundo. Nós que somos jovens ainda temos tempo de mudar nossa cabeça em relação a isso e passar esses bons princípios para nossos filhos. Porque as antigas gerações já têm a opinião formada.


Bom, tudo o que eu disse ou disser vai ser clichê, então prefiro terminar por aqui minha reflexão, mas eu gostaria que vocês pensassem, pesquisasse e que o amor sempre prevaleça no coração de vocês. E que se você é gay: seja feliz com isso, não há nada de errado com você. (conselho para todos🙂 Aproveite a vida da maneira que escolher aproveitar, e seja feliz!


Todos nós somos iguais, o que nos diferencia é o tamanho de nossas almas e do amor que temos dentro do coração. Amar que é importante, quem você ama não faz diferença nenhuma.


Para terminar, aqui vai um vídeo muito legal de um trilhão que tem no youtube sobre isso:





obs.: a parte 2 desse texto era muito maior, eu tentei o máximo que conseguir ser sintética, daí deu nisso. a partir desse post, todos os que não forem “literários” eu vou treinar a objetividade, o que vocês acharam? Acham que ainda enrolei muito? Ajudem-me, também, por favore! Beijos