O impressionante era como eles já se conheciam. Ela mais que ele. Eles estavam juntos fazia tempo suficiente pra isso. Talvez não muito tempo cronologicamente, mas momentos tão intensos vividos foi fazendo cada chamada perdida, tom de voz, olhar ou gesto acusar o que ele estava sentindo. É o que eles diziam. Nesse dia estávamos todos em uma festa. Ela estava dançando e ele não. Ele puxou ela pelos braços e a beijou. Quer coisa mais normal que isso? Beijou tranquilamente passando a mão em seus cabelos ondulados e pretos. Ela sorriu e fechou os olhos de uma maneira delicada. Ela passou os braços pelo seu pescoço apaixonadamente. E ele em suas costas com alguma malícia. Foi aí que ela não sentiu o mesmo gosto. Parou de beijá-lo e no mesmo instante voltou. Continuava sentir algo diferente. O jeito era o mesmo. O que mudara foi o gosto. Abriu os olhos. Ao fazer isso viu que ele estava de olho aberto também. Ela parou. O olho dele não mirava para ela. Olhou pra trás. Viu aquela primeira troca de olhar entre nós dois.