Refletindo sobre minha saúde, notei que depois que eliminei o máximo de energia negativa da minha vida, passei a ser mais conscientemente grata e mudei minhas crenças, minha saúde melhorar muito. Se liga nesse processo. 

Hoje, no terceiro de 28 dias de gratidão em vídeo, compartilhei um exercício para dar graças à nossa saúde. Enquanto eu lia o capítulo, lembrei que há alguns anos eu era bem mais frágil, visitava todos os meses o hospital. Ano passado, porém, eu fui apenas uma ou duas vezes, e nem era nada grave. Comecei a refletir o que tinha mudado de lá pra cá.

Em 2011, eu tinha apenas 23 anos, mesmo vegetariana eu estava com quase 80kg, tive ataques furiosos de gastrite, estresse, tive ataques de pânico, tinha depressão, não conseguia parar um minuto e minha energia estava indo embora, além disso, fui diagnosticada portadora de TDAH (e depois bipolaridade). Ou seja, eu estava com zero saúde, física, mental e espiritual.

E eu tinha hábitos terríveis. Por exemplo, uma coisa que as pessoas que me conhecem há pouco tempo não sabem é que eu era fanática por futebol. Eu era corinthiana roxa, ia aos jogos sozinha, acompanhava as partidas pela rádio online e tudo mais. Eu estava totalmente identificada como torcedora, achava que eu era aquilo e queria fazer parte daquele grupo  (talvez pra impressionar ou provar algo para os boys-magia). Eu deixava a paixão pelo futebol mandar em mim e cheguei a ter gastrite nervosa num jejum de vitórias do meu time.

Você acha certo isso?  Eu não. Por isso resolvi mudar.

Eu estava perdida, mas me encontrei ouvindo meu corpo, procurando pela minha saúde. Comecei a me cuidar e percebi que todas as questões tinham cura, bastava eu mudar esses hábitos e crenças.

O ano novo de 2011 para 2012 passei em Alto Paraíso de Goiás, sozinha. Além do lugar ser um ambiente propício para a cura, na viagem fiz uma lista de vários aspectos que eu precisava mudar como resoluções de ano novo.

Foram essas mudanças que me levaram a ser quem eu sou hoje, ou seja, eu mesma.

Em Alto Paraíso, a dona da pousada havia comentado que distúrbios como TDAH são invenção da indústria farmacêutica e que eu poderia me curar sem remédios. E eu tinha muitos motivos para acreditar: aquelas dores e doenças não eram eu.

Eu sabia que eu tinha que me libertar dos meus hábitos antigos. 2012, então, foi um ano de transição. Cuidei da minha saúde física e emocional, conclui projetos e me aprofundei em mim mesma. Também passei a ter um olhar cada vez mais positivo, ser cada vez mais grata, cultivar crenças fortalecedoras como "eu posso", "eu sou suficiente".

Durante o ano, fui completando item por item da lista de ano novo - foquei e fiz. Tinha me proposto me resolver de vez com meu rolo da época, melhorar minha autoestima, trabalhar com minha atenção sem ajuda de remédios, deixar de gostar tanto de futebol e usar meu tempo com artes e projetos, viajar mais e em encontrar meu caminho profissional.

Cortei pela raiz o futebol e o tempo que eu gastava com isso passei a ir ao cinema, ler mais e fazer meu TCC da faculdade - tinha o objetivo de tirar 10 e tirei. Emagreci 20kg no meio do ano com apoio da minha irmã educadora física, também comecei a curtir meu cabelo depois de ter cortado meus dreads e viajei para vários lugares do Brasil para escolher em que tipo de lugar eu iria morar no ano seguinte, quando eu iria me formar. Fui me conectando cada vez mais com meu lado espiritual que os primeiros anos como adulta eu tinha perdido.

A medida que as coisas se resolviam e eu vivia um dia de cada vez em paz, minha saúde também ia melhorando. Eu ficava mais leve.

Tirei da minha vida o máximo de energias negativas que pude. Desapeguei de padrões e de crenças. Além disso, dei meu melhor em todos os projetos que participei, focando em coisa que me faziam bem. Foram minhas duas forças motrizes: desapego e foco.

Não deixei que me dissessem não.

Só depois percebi que aquilo tudo foi minha libertação. Brinco que sou filha de 2012, quando muitas pessoas também "despertaram".  Na verdade, eu estava me preparando para aquilo a vida toda, aquele ano foi o estopim. Antes disso, tinha vivido anos loucos, desequilíbrios emocionais e sexuais, surtos e vazios. Mas eu segui meu coração com amor, a bondade, a paz.

Fazia um estágio que era legal, mas em um dos pólos empresariais de São Paulo. A poluição, o trânsito, a população numerosa demais... foram também sinais que me fizeram acordar. Meu corpo rejeitava aquela vida. Eu sabia que aquilo na era pra mim.

Enquanto ia me entendendo, fui entendendo o mundo. Sentei um dia com um mendigo, ele me mostrou a realidade dele. Trabalhei na ONG Teto e vi de perto a realidade de milhões de pessoas. Por fora, eu só via sombras, mas dentro de mim tinha amor de sobra, tinha fé, tinha planos. Eu queria ser feliz e sabia que podia.

Se você está passando por algo pesado também, lembre-se que a gente só recebe o que aguenta, então você é forte suficiente para superar isso.

Você pode sair muito mais forte de situações difíceis, mas liberte-se da crença que sua força virá apenas se lutar, se sofrer. Não precisa ser assim. Isso é uma crença negativa limitante que nos impede enxergar que podemos manter equilíbrio sem sofrer horrores, apenas focando no amor.

A não ser que isso sirva para você,  que tenha um propósito, saiba que existem outras alternativas.

Essa crença de que só vale a pena se for dolorido é uma das mais comuns. Não precisamos de nada em especial para sermos felizes, pois isso é um direito de nascença, assim como o ar que respiramos.

As crenças são instaladas desde que somos crianças. Todas as informações que recebemos quando crianças (e pelo resto da vida),  principalmente as mais intensas, ficam armazenadas no subconsciente. Para a gente transcender-las, é preciso resgatar nossas lembranças, jogar luz àquela questão e resolvê-la. Escolher acreditar em algo mais produtivo, substituir as crenças limitantes por crenças possibilitadoras.

Esse é o processo de cura.

Mude suas crenças e viva seu potencial total.

E digo mais: eu tive uma baita sorte de ter conseguido enxergar isso aos 20 e poucos anos. A maioria das pessoas que eu conheço só foram perceber isso depois dos 40.

Por isso faço questão de compartilhar isso. Quanto mais cedo a gente trabalha nosso lado sombrio, mergulha em nós mesmos, menos tempo de nossa preciosa vida nós perdemos. Quanto mais cedo, mais frescas estão as crenças e por menos experiências traumáticas passamos nessa vida.

E o trabalho nunca acaba. Em 2012 meu corpo apitou e eu ouvi, despertei. Desde lá, todos os dias me conheço um pouco melhor, me curo de algo.

E as crenças que escolhemos ter formam quem somos.

Há cerca de 1 ano e meio, por exemplo, comecei a trabalhar minha raiva dos homens que cantam (assediam) as mulheres na rua, eu inclusive. Eu escolhi, no lugar de me desgastar, ter compaixão, enviar amor e luz aqueles homens que ainda não pegaram a manha da convivência. Mas eu só poderia fazer isso, se eu tivesse amor incondicional dentro de mim.

Eu queria que o mundo fosse melhor, comecei por mim mesma.

Se eu não tivesse mudado minhas crenças e se eu não fosse grata aos meus privilégios e bênçãos, se eu seguisse acreditando que "o mundo é assim mesmo", que "não existe felicidade plena, apenas momentos felizes" ou que "isso não dá dinheiro", "dinheiro só se consegue se matando de trabalhar", se eu tivesse deixado as pessoas destruírem meu mundo ideal, meu "Gabitopia", eu não seria tão feliz como eu sou.

Mudei minhas crenças, mudei meu mundo.

Sei que esse foi o meu caminho, que não houve perda de tempo e que tudo acontece exatamente como deve acontecer, mas sinto uma grande necessidade de compartilhar essa história para que mais pessoas, cada vez mais cedo, possam procurar desconstruir suas próprias crenças.

Respeitemos nosso corpo, meditemos para ouvirmos nosso coração. Quanto mais jovens começarem, mais rápido podem viver por completo no paradigma do amor, CHEIOS DE SAÚDE!

Posso parecer infantil, louca ou ingênua por acreditar no amor, mas ele me deu tantas provas que existe que louca seria se não acreditasse.

Gratidão, gratidão e gratidão por ter descoberto esses hacks da vida.

Música que inspirou o título, porque combina MUITO com o tema:

https://youtu.be/BKaS1Tq7YOk