Eu já quis ser médica e estilista quando eu era novinha. Aos quinze, eu quis ser astronauta, sem motivo nenhum, apenas para que ficasse bem longe dos meus amigos-da-onça. Hoje, aos dezoito, só quero me trancar em uma sala respirando fluidos de inspiração para escrever mais e melhor cada dia. Mas não posso. Quero também ganhar o Prêmio Nobel da paz. Mas isso é sonho… De criança.
Não me sinto criança sexta a noite antes de uma festa, mas eu me sinto nova demais para ter que decidir sozinha o que eu farei pelo resto de minha vida. E ainda tem o pai que pressiona para você decidir logo. “Ah, qual é, pai!? Até parece que planejou tudo isso quando tinha dezoito… Fala sério, você é careca!"
E se eu estiver no caminho errado? E se eu não tiver dom para nada? Porque eu sempre achei isso, eu queria tanta coisa, que eu não servia para nada. Menos agora, que estou escrevendo.
Então, o que fazer? Sentar e escrever tudo o que eu sinto, até quando eu me sentir enjoada disso tudo ou finalmente, ter meu livro publicado? Eu não sei! Eu tenho apenas dezoito anos e não tenho nem idéia de como quero passar os próximos dezoito… vinte… quarenta.
Descobrir para o que realmente você tem vocação não é uma tarefa fácil, mas realmente descobrir para o que você não tem dom, ah! Isso sim, é um ótimo passatempo, afinal, sei que moda não é comigo mesmo (fala sério, odeio boleros e shorts jeans comprido!) e sendo médica, eu iria desmaiar ao ver uma unha encravada. Psicóloga, meus pacientes teriam que me curar. E por aí vai.
Eu queria fazer algo para marcar minha vinda para a Terra, mudar o mundo, fazer as pessoas enxergarem esse mundão como, muitas vezes, eu com meus sonhos de criança enxergo. Quero mudar a alma das pessoas. Ser conhecida por algo grande que eu fizer, vocês viram uma comunidade no orkut sobre o astronauta brasileiro, Marcos Pontes? O cara foi para o espaço e voltou! O cara é o máximo e todo mundo o conhece. Exatamente isso que eu quero fazer quando eu crescer, se eu crescer: ser astronauta, ou atriz, ou escritora.