Experiência significa, de acordo com o Luft: 1. Ação ou efeito de experimentar (-se). 2. Prática, conhecimento; perícia. 3. Ensaio, tentativa, demonstração. 4. conhecimento transmitido através dos sentidos.
Quando somos adolescentes tomamos algumas decisões que, nos arrependendo ou não, se tivéssemos a maturidade que adiquirimos com o tempo, não iríamos tomar. Mas uma coisa que estamos sem dúvida nenhuma destinados a receber são críticas por coisas que você fez ou alguém que você foi (adolescente imaturo, ou menos maduro). E disso você não pode fugir, tem que aprender a lidar.
Adolescentes querem experimentar. Querem viver tudo o que podem, mas não conseguem porque muitas vezes há um adulto para dizer que vão se arrepender, que vão se dar mal e que um dia, vai se lembrar daquele discurso e vai sofrer por não ter feito o que te indicaram. Disso não dá pra fugir, adultos são assim.
São pais (mais comumente), professores, tios, conhecidos, desconhecidos... não importa, qualquer pessoa que seja adulta. Adultos, temos que concordar, têm mais experiência por já terem vivido mais, já experimentaram coisas que nem imaginamos, viveram em outra época e já estão mais próximos do final (brincadeira, nada a ver isso), talvez, então, devíamos dar bola para o que eles falam.
Mas sabemos que eles podem ser muito insistentes e protetores. Alguns pais, por amar demais (e não de menos), acham que dizendo pros filhos o que fazer, as consequências das atitudes ou dizendo o que aconteceu com eles na época, vai fazer a gente (filhos) resolver não fazer e se sentir como se já tivesse passado por isso. Mas a gente sabe que não é assim. O ideal é equilibrar: nem ouvir demais, nem ouvir de menos.
Exemplos:
1) Mães dizem para as filhas que se apaixonar por aqueles meninos que chamamos de “galinhas” é a maior roubada, mas a menina não vai saber disso até entender que os galinhas, muitas vezes, não vão se corrigir facilmente e que uma mulher pode mudar um homem, mas é difícil. E quando a menina chega triste pra mãe, ela podia dar apoio, dar colo, mas fica falando: “tá vendo, eu avisei, porque você não me escutou?” Coitadas das meninas.
2) Pais podem dizer pros filhos que ficar muito bêbado não vale a pena porque depois dá ressaca e acabamos por não recordar de coisas que podiam ter sido inesquecíveis, como em uma viagem ou festa de formatura. Mas os filhos não querem saber de teoria. PAIS! Nós – merecidamente – queremos passar por isso para podermos dizer que realmente não quero isso pra gente.
Os adultos têm que servir mesmo como alicerce e exemplo, mas a vivência e experiência é pessoal e intransferível. O que os adultos muitas vezes não entendem é que não adianta tentar colocar na cabeça de um adolescente que ele vai se arrepender quando estiver mais velho. Depois pode ser que se arrependa, mas se ele tivesse optado por outro caminho, o que os pais indicaram, talvez não tivesse crescido, aprendido ou valido a pena. A gente tem que vivenciar pra entender.
Estamos fadados a escutar: “eu te avisei”, “tá vendo? Tá arrependido porque não fez o que eu falei” “você tem que escutar os pais, eles sempre têm razão” “os adultos sabem das coisas, já passaram por isso”, mas não adianta, provavelmente eles se arrependeram de alguma atitude que tomaram quando mais novos e que se arrependeram. Uns podem dizer que não, mas eu, sinceramente, duvido.
“Mas, Gabi, eles estão enxendo meu saco, não me deixando fazer coisas que eu quero fazer, o que fazer com isso?” Como agir?
Primeiro de tudo, entendam porque os adultos fazem isso. Se tem alguém que te enxe o saco é porque provavelmente você é adorável e essa pessoa te quer o bem, eu sei que é clichê ouvir isso e que é discurso do próprio adulto, mas eles fazem isso porque gostam, se não se importassem com você, não falariam nada. Algumas vezes eles estão certos em pensar daquele jeito, entenda isso, mesmo que não concorde.
Outra coisa a fazer é não ser tão prepotente e achar que você sabe de tudo, porque você não sabe. O adulto também não, mas você muito menos. Pare para escutá-los, de verdade. Eu falo ESCUTAR porque tem adolescente que já parte do princípio que o adulto vai “enxer o saco” então ouve, mas não reflete sobre o assunto. A minha dica é escutar para poder refletir e tomar a decisão certa e madura.
Não precisa deixar de fazer tudo o que eles dizem que é ruim porque aí você não vai viver a sua vida, mas saiba que quando eles dizem, por exemplo, que se você transar sem camisinha e não tomar remédio você pode ter um filho indesejado (você deve tá pensando “claro, mas que ridículo” mas tem gente que se acha sortudo demais pra acontecer com ele). Vamos ser inteligentes, né?! Não precisamos bater a cabeça na parede pra saber que vai surgir um galo dessa pancada.
Diálogo também é uma ÓTIMA dica. Diga a verdade, abra o jogo. Fale que você quer viver também, diga que experiência só se adiquire vivendo e mostre que sabe dos perigos e que vai fazer tudo para não tomar decisões erradas, mas que se acontecer sem querer, você vai aprender com os erros. As vezes os adultos insistem dizendo que sabe que você vai se arrepender, mas aí sim que tem que dizer que cair faz parte da vida.
(Exemplo: você quer ir a uma festa de formatura que todo mundo vai, mas sua mãe não deixa porque ela fala que lá vai ter gente mais velha, bebida e drogas. Ok, ela pode estar certa, mas se o adolescente começa a gritar e brigar, a mãe não vai deixar mesmo. O que você tem que fazer é escutar o que ela tem a dizer, refletir e caso decida mesmo ir, você pode encontrar argumentos como 1) você tem amigos que vão estar lá que não usam drogas nem bebem, qual a chance de você fazer isso? 2) você sabe que não é bom, então não vai chegar perto 3) caso sinta que o clima tá ficando pesado, você pode ligar pra ela ir te buscar. Tá vendo? Ela vai saber que você sabe que ela tá certa, mas mesmo assim está optando por ir, querendo a experiência. As vezes eles dizem que não é com você o problema, a desconfiança e sim os outros, mas deixe eles saberem que você vai tomar todas as providências para não deixar ninguém te fazer mal. Eu tenho certeza que pai nenhum resiste a confiança e maturidade do filho. Confiança e maturidade é tudo na vida.)
Sempre que puder, mostre sua maturidade, mostre que respeita o discurso dos mais velhos e que você realmente se importa com o que eles pensam (mesmo que não se importe, diga que sim, eles gostam disso). Fale que você vai tentar agir corretamente sempre, que não vai errar de propósito, mas que as experiências deles são DELES, e que você quer ter as suas, mesmo que não sejam boas experiências.
Porque eu disse tudo isso? É difícil? É! Eu aprendi isso sozinha e tive uma adolescencia maravilhosa e bem mais tranquila com essas dicas que eu fui aprendendo. Achei legal compartilhar com vocês porque se alguém tivesse me dito isso antes, talvez tivesse sido mais fácil. Mas não ache que é dica de adulto, não, eu acabei de sair da adolescência!!
Não sou expert em adultos nem psicóloga, mas se você gostou do que eu disse nesse texto e tiver mais dúvidas sobre o que eu disse ou uma específica que eu possa ajudar, me pergunte por e mail ou comentário que eu tento responder. Eu queria falar muito mais coisas e dar muitas outras dicas, mas o texto já está grande demais.
desculpa se essas dicas não funcionarem com seus pais, cada adulto é um adulto, e tenho amigos que sofrem porque os pais não são só superprotetores, mas chatonildos mesmo. acho que isso funciona com pais mais flexíveis. eu espero que ajude vocês, se não ajudar, desculpa =x
"o panorama não agrada, mas não há porque se desesperar, pela simples noção de que é uma dádiva estar vivo de que os caminhos são lindos, e é necessário caminhar"
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