Velhos. Mãe e Pai são velhos. Não, na verdade não velhos, mas mais velhos! A saúde deles continua boa, tomando um remédio aqui outro acolá para controlar algum sistema rebelde que insiste em acusar problema nos exames anuais de rotina, mas continuam a todo o vapor. Eu só os chamo de velhos brincando quando me refiro a eles aos meus irmãos ou a eles mesmos.
Nunca serão velhos esses meus velhos, são jovens, são lindos, são brincalhões. O Pai, então, esse devia ter seguido carreira em Circo como palhaço, ainda bem que não o fez ou não estaria aqui.
Velhos eles não são, mas já foram mais novos, sim, é claro. Já não saem muito à noite, a Mãe não dirige no escuro. Os gostos já são ultrapassados: Roberto Carlos, Celine Dion, dormir cedo e não gostam de música alta. Preocupam-se e se assustam ao perceber que as crianças cresceram…
Crianças? Não somos mais crianças. E eles também não são velhos, mas nunca deixaremos de nos referirmos assim.