Aconteceu de novo. De novo o que? Ilusão. Quando eu cheguei lá, não tinha intenção de rolar nada, mas foi só nós dois ficarmos sozinhos que comecei a imaginar coisas, até por que ele começou a me provocar, a chegar pertinho, a tremer e me fazer tremer.

Como sempre fomos muito amigos, não imaginei que pudesse acontecer, mas o tempo passa e as pessoas crescem, começam a se olhar como homem e mulher e não mais como crianças.

Foi acontecer por que estávamos sozinhos, nos olhando como o sexo oposto e não só como amigos, mesmo sendo muito amigos. Ele que começou, fez meus olhos se fecharem passando a mão no meu rosto, elogiou meus lábios e o mordeu. Mordeu tão forte que doeu e quando eu reclamei disso ele me beijou com muita vontade.

Fazia tempo que não me beijavam assim, talvez desde meu último namorado e por isso não consegui esquecer nossos beijos um único segundo no dia seguinte.

Pior do que não parar de pensar em um cara que nem ao menos estou apaixonada, é a dúvida do que vai acontecer depois, o problema de uma ficada perfeita é essa: ela pode nunca mais se repetir. E em ocasião inédita não perguntei pra ele o que aconteceria, fui apenas levada para casa, nos beijamos a última vez e percebi que ele gostou tanto quanto eu.

Foi o que eu imaginei enquanto estava com ele, tinha certeza que logo repetiríamos aquilo o que aconteceu. Depois, quando eu fui a casa dele, pensando como amiga e não como mulher, ele me viu e sorriu…

E me beijou a bochecha. Não precisou de mais nada para que eu percebesse que nada ia acontecer além da nossa velha e boa amizade de antes. Disse que tremeu e que sonhou comigo a noite que ficamos, mas o incrível é que ele falava de mim, para mim, como se estivesse falando de outra pessoa, ele falava em primeira pessoa, mas não parecia que era sobre mim, por que se ele tava dizendo tudo aquilo, por que ele não me beijava? Ah, eu também não queria mais nada, mesmo.

Não era amor, nem era paixão, nem muito menos estou sofrendo por não ter ficado com ele, é só a dor de ele não querer o que eu quero. O que mata é a rejeição, o que fere é que, de novo, pensei que era tudo o que eu queria, mas não era o que eu queria e nem muito menos foi.