Quanto mais ligado na televisão você fica, mais informações que você não necessariamente quer, é guardado no seu inconsciente. A televisão está no paradigma do medo, e deixa você exatamente assim. É uma das formas que ela te controla.

Há uns anos, ainda na faculdade de jornalismo parei de ver televisão, ler noticias, histórias ruins e coisas trágicas em geral.

Já escrevi sobre isso aqui e aqui recentemente, mas no Gabitopia tem várias críticas à mídia. Hoje vou abordar de outra maneira.

Essa novela "Além do tempo" me chamou atenção. Duas ou três pessoas me falaram dela, sobre reencarnação e resolução de karma. No Natal, vi duas cenas.

Lembrei na hora do porque deixei de ver televisão: jogo de ego, muito poder e controle... pouco amor.

Mas... Hoje estava na minha timeline a seguinte imagem sobre o fim da novela.

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Uma pena ela me parecer (não sei o contexto) que está 'inventando' isso, mas agradeço que essa novela da Globo também esteja tentando fazer sua parte com a disseminação do paradigma do amor.

Gosto, acho que se alguém pensar mais sobre essa realidade depois de assistir, já tá ótimo. Não critico os artistas da Globo, honro-os. Minha irmã, aliás, foi artista da Globo em outra novela linda, A Viagem.

Sempre com mensagens bonitas, pra cima. Nos fins de ano, sempre me sinto como uma novela no fim, onde tudo da certo. Viva!

Tenho visto vídeos de Regina Case no Esquenta falando de feminismo, negritude e justiça social. Gosto, acho que tem que ser feito.

Só que pra mim, televisão não dá mais. Já me hipnotizou, anos atrás, mas não mais. E talvez você também tenha se cansado disso.

Junto com as mensagens bonitas, a televisão em geral nos oferece um choque de realidade, onde projetamos nossas sombras em personagens de novelas, criminosos do jornal, criminalizam políticos e movimentos sociais, desqualificam pessoas chamando-as de pseudo-artistas.

Já temos a mania de jogar a culpa no outro e a televisão nos ajuda a perpetuar isso. Temos tanta certeza de quem é o bandido, que esquecemos de olhar nossos próprios bandidos internos.

Vemos tanta abundância e informação na televisão que esquecemos de ter compaixão das pessoas pobres e oprimidas. Julgamos, a partir de nosso próprio umbigo, que o outro não consegue porque não quer, que os problemas deles são menores e mais fáceis de resolver do que os nossos, que se alguém não fosse de tal maneira seríamos mais felizes e seguros, julgamos que força de vontade é tudo que é necessário pra dar a volta por cima.

Esquecemos que há pessoas cumprindo todo tipo de missão e que ninguém interfere em nossa felicidade se não estivermos abertos a isso. Se temos medo de crise, ela nos encara de frente. Se tememos a pobreza, ela vem. Se ficamos aterrorizados por barata, elas se multiplicam. Assim funcionam nossos medos, pelo menos eu vejo esse padrão se repetir em quem tem medo e quando eu tenho medo.

Esquecemos que cada um que entra em nossa vida está pra nos ensinar e enquanto não aprendermos não se vão.

Precisamos ter compaixão de todos os seres vivos. Mas não nos ensinam ter compaixão na televisão.

Esquecemos de acolher as pessoas pobres e oprimidas, mas isso nos torna pobres de espírito.

Não estou julgando ninguém, estou compartilhando o que eu sinto e porque eu resolvi parar de 'me manter informada pela mídia tradicional'.

A televisão, além de nos dar sempre um inimigp para culpar e nos ensinar que sempre tem algum vilão (e como eu estou certa, o vilão é o outro), ainda nos indica que para todos os problemas do mundo, basta COMPRAR.

Pausa para o comercial.

Na volta do programa jornalístico ou fictício, vemos a versão da realidade que a produção impõe. Não estou criticando novamente os artistas e jornalistas (são meus pares), porque eles recebem "ordens". Ordens da Instituição. Ordem do sistema.

A massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa George Orwell

O objetivo da televisão é nos manter sob a cultura do medo. Assim, temos a ilusão de que comprar os produtos anunciados é a única forma de nos manter seguras.

Não acredita no que estou falando? Faça uma análise durante um dia e, se eu estiver errada, por favor, me corrija. Faz tanto tempo que eu já não tenho televisão que as únicas coisas que vejo da TV são vídeos na internet  (poucos) e quando estou em filas e casa de parentes, então posso estar desatualizada.

E porque talvez você também esteja cansado ou cansada de televisão e outras mídias sensacionalistas?

Por que não precisamos viver sob o paradigma do medo, podemos ser livres e viver no amor, onde tudo é possível. E seu Eu superior sabe disso.

Porém, estamos presos no medo, com traumas e fragilidades reprimidas. Precisamos conhecer nossos medos, para poder acolhe-los e trabalha-los.

Nosso ego gosta de medo, ele se sente útil. Por isso gostamos de coisas que nos deixam com medo.

O que me ajuda muito é meditar e expandir a consciência a ponto de saber que não há necessidade de assistir a um programa de televisão pra saber quais as novidades, a não ser que tenha a ver com coisas que posso mudar diretamente.

Quem trabalha com o social, precisa sim se informar, pra fazer algo que mude a realidade apresentada. Aliás, precisamos nos manter informados para funções em geral.

Como cidadãos, precisamos saber várias coisas importantes, mas precisamos focar em nos informar com propósitos específicos.

Como jornalista, muitas notícias que vejo não entendo o propósito. Qual o propósito das notícias que você vê?

Depois que comecei a me observar, notícia sem propósito me cansou...

Posso mudar alguma coisa me informando e passando adiante, faço. Não me soma nada? Dispenso. Cada um tem que achar seu propósito.

Talvez você tenha se cansado também. Talvez você queira ficar com essa sensação de bem estar, amor e gratidão por mais tempo.

O que me ajudou foi estudar e vivenciar a fundo como a realidade é: trabalhei em ONGs, pesquisei, estudei história, ouvi estórias, tive empatia pra entender as pessoas com menos privilégios que eu...

No processo, senti uma imensa pena, meu sofrimento aumentou. Mas comecei a sentir compaixão verdadeira após meditar e entender que cada um está no seu processo e, por isso, recebe da vida o que precisa pra aprender alguma lição.

Essa compaixão me faz crescer, tentar ajudar sempre e fazer meu melhor pra poder acender uma luzinha ao meu lado, quando possível. Não sou heroína do mundo, mas faço meu melhor pra luz que cultivo em mim atingir meu próximo.

Não é nos informando sobre tragédias que vamos ser mais felizes. Vamos ser mais atualizados, mas não necessariamente mais felizes. Se você consegue ver as coisas do exterior sem projetar suas próprias sombras nelas, parabéns, você é um desperto.

O importante não é deixar ou não de ver televisão, mas passar mais tempo analisando suas próprias sombras ao invés de procurar externamente quem culpar. Somos responsáveis pela nossa própria realidade manifestada, nossa própria felicidade.

Tenha gratidão, faça seu melhor. A televisão e outras mídias são manipuladas, pra conhecer a realidade VIVA - extenda sua vivência para fora de sua zona de conforto e tenha compaixão praticando o não julgamento.

Nada contra quem ainda prefere acompanhar a mídia pra se informar, mas a ideia é ser consciente em relação às informações que você consome, porque isso também faz ser quem somos. Cada um com suas escolhas, só estou aqui pra falar com quem quiser ler.

Eu consumo Flavia Melissa, Gisela Vallin, Infinite Waters e Teal Swan pra me ajudar no meu autoconhecimento e outros artistas pra me divertir. E você? Como tem se formado?

Gratidão

Television

TELL: diz LIE: mentira VISION: pra sua visão