Prometi que iria passar a virada com eles, mas eu precisava registrar aqueles meus pensamentos. E, à meia noite do dia primeiro de janeiro de 2016 estava eu aqui, dentro do meu quarto, escrevendo.
Acabo de me dar conta que eu sou fogos de artifícios… sempre fui. Sou fogos de artifício sob ou não o efeito de álcool. Eu sou fogos de artifício numa sexta feira a noite, depois de voltar do trabalho, escutando música no ônibus e cantarolando assim que desço.
Outro dia, cheguei no elevador cantando e tinha um cara esperando no hall. Meu namorado sempre fala: “espera chegar no elevador antes de falar qualquer besteira, vai que tem gente”, mas eu não liguei. Na verdade, talvez quisesse que todos escutassem suas músicas, que eu cantava alto.
Sou fogos de artifício, basta um estímulo para eu explodir.
Nunca fiz estilo branca europeia, nunca me sentei que nem “mocinha”, nunca gostei de bancar a santa. A verdade é que, se tenho origens europeias, elas só poderiam ser ciganas. No entanto, é óbvio que o fato de eu ter nascido em São Paulo me faz perceber que tenho muito de brasileira caiçara, ainda que eu tenha nascido no interior, e nada de princesa.
Uso saia curta, não gosto de cobrir minha barriga, detesto salto alto e ainda vou ser mandada embora por ter ido de chinelo ao trabalho.
Por sorte… nada disso importa, porque em 2016 eu decidi que não quero mais me passar por alguém que eu não sou, muito menos agir como minhas raízes agiram se eu não me sinto conectada com isso. Em 2016, quero ser eu mesma. Quero seguir meditando, dançando e me esticando - sem medo de ser maravilhosa e, claro, feliz.